sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mercado imobiliário cresce em Porto Belo

Os imóveis em Porto Belo se valorizaram muito nos últimos 30 anos. Até de forma irreal. “Teve uma época que muitos vieram e começaram a comprar na beira da praia, então todo imóvel ficou caro”, diz a corretora Arlete Pires de Almeida.

Mas parece que há mais por vir. Para o corretor José Luiz Pinto, o público se interessa mais por Bombinhas ou Meia Praia, em Itapema, porque esses lugares têm a infra-estrutura turística – hospedagem, gastronomia e diversão, por exemplo. Por isso, os preços em Porto Belo estão um pouco abaixo. José Luiz espera que a procura aumente em até dez anos.



Para estabelecer preços de venda e aluguel, os corretores costumam seguir a lei da oferta e da procura. (No caso, há poucos terrenos e por isso os preços estão altos.) Também se considera a localização, incluindo o valor de imóveis vizinhos, e a área construída quando se quer vender.

No bairro do Araçá, os imóveis estão caros. Mas, de acordo com Luiz Silva, o mercado está parado. A culpa é dos sucessivos embargos de obras. “Ninguém compra se não pode construir.” Neste caso, são locais de encosta e com vista privilegiada para a baía.

Para o corretor José Luiz Pinto, muitos moradores se arrependem depois que vendem o terreno. “Quando eles têm seu terreno a beira-mar, que vale R$ 100 mil e alguém paga R$ 500 mil, é maravilhoso. Naquele momento achou que era um grande negócio. Depois de alguns anos, o valor aumenta para R$ 2 milhões.”


Você também paga pelas melhorias

A corretora Arlete Pires de Almeida conta que se baseia em valores anteriores de alugueis para reajustar as diárias. Ela leva em conta os períodos em que a procura foi menor. De acordo com o corretor Luis Silva, o aluguel também sobe caso acontecer alguma melhoria no imóvel, se a faxina custar mais caro ou se houver aumento na tarifas de água e luz.


Esse aumento entra na conta porque, segundo Arlete, “a energia é cara”. Com geladeira, ar condicionado e chuveiro elétrico instalados na casa, por exemplo, a tendência é que se consuma mais luz. Nesse sentido, a corretora considera os argentinos um caso curioso. “Eles não estão acostumados a chuveiro elétrico. Uns têm medo de ligar. Então, deixam todo mundo tomar banho e o chuveiro fica ligado.”

Já outro corretor, José Luiz Pinto, diz que dar mais conforto ao cliente é o mínimo que se pode fazer para alugar um imóvel. Caso contrário, “não vale a pena, porque o preço fica muito baixo”. Na região, existe mais interesse pelo aluguel no verão, enquanto quem fica no Araçá prefere ter a sua própria casa, especialmente de frente para o mar.



O trânsito afastou os clientes

Justiça suspendeu licitação da estrada em vermelho.
A rota alternativa pelo Morro de Zimbros
está em laranja. (Arte sobre Reprodução/blog SOS Porto Belo)
Segundo a corretora Arlete Pires de Almeida, até 1999 os turistas ficavam em Porto Belo pela tranquilidade e pelo fácil acesso a Bombinhas. Quando os engarrafamentos aumentaram, as pessoas preferiram ficar menos tempo na cidade ou se hospedar em Bombinhas. Lá, de acordo com a corretora, existem mais opções de imóveis e os aluguéis são menores. Para não ficar atrás da ‘concorrência’, há quem diga que em Porto Belo se oferece valores abaixo dos normais. “Aqui casa não fica fechada”, diz outra fonte que trabalha com imóveis.

A construção de um segundo acesso – terceiro, na verdade – para Bombinhas está em discussão. Em julho deste ano, a Justiça Federal suspendeu a licitação, aberta pelo governo do Estado em abril. A Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) é acusada de conceder licença sem considerar o impacto sobre nascentes, cursos d'água e mata atlântica e a existência de unidades de conservação na região. Além disso, se a estrada passar sobre o morro, como está no projeto, pode abalar a estrutura geológica, de acordo com a ambientalista Soleci da Silva Ferreira.

Organizações de defesa do meio ambiente propõem uma rota alternativa que margeie o morro de Zimbros e se ligue à estrada que já existe na região ou um túnel. O projeto aprovado em abril prevê a contenção de morros e a instalação de telas para evitar a passagem de animais na pista. Já existe uma estrada que passa pelo morro de Zimbros e termina na praia de mesmo nome.

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