terça-feira, 26 de outubro de 2010

Tratamento de esgoto chega a Porto Belo

A prefeitura já instalou tubulações da rede de esgoto
no bairro Perequê. Agora começa a construir as estações.
(Divulgação/Prefeitura Municipal de Porto Belo)
Em maio deste ano, começaram as obras de implantação da coleta e do tratamento do esgoto de Porto Belo. Ruas próximas à praia de Perequê foram as primeiras a receber a tubulação. Agora com a chegada do verão, começa a construção de três das seis estações elevatórias e da estação de tratamento, para não aumentar os congestionamentos durante a temporada.


Segundo a engenheira sanitarista Janete Feijó, redes de coleta e tratamento de esgoto permitem maior controle do sistema. “Em vez de ter aquela produção difusa, em vários tratamentos individuais, o esgoto passa a ser tratado em um único ponto.” Janete entende que é mais fácil a empresa responsável pelo serviço fazer sempre a manutenção do que todo morador limpar a fossa. A engenheira avisa que nenhum dos sistemas vai funcionar direito se não for construído dentro das normas e não receber a manutenção adequada – recomenda-se limpar a fossa séptica todo ano, por exemplo.

Cada casa deve ter a sua fossa enquanto não existe sistema de coleta e tratamento de esgoto na região. Mesmo após o fim das obras, a fossa séptica não será totalmente abandonada. “É normal o município não ser atendido em 100%. Aquelas edificações que não vão ser contempladas pelo sistema urbano de esgoto, vão ter que continuar com o de tanque séptico”, afirma Janete Feijó.

O risco do sistema atual

O esgoto da casa cai em um tanque sob o pátio. Na primeira etapa, as partes sólidas afundam e o líquido que sobra passa para as fases seguintes, onde as partículas restantes vão ficando retidas em pedras e/ou sofrem a ação de bactérias. Depois a água pode ser lançada em corpos d’água sem problemas para o meio ambiente.

Clique na imagem acima para ampliar.

Segundo a engenheira Janete Feijó, junto com a água clara saem microorganismos causadores de doenças, como hepatite, cólera, diarréia e doenças de pele. A própria água do mar e o sol eliminam uma parte deles, por exemplo. Assim, a natureza garante níveis aceitáveis para si.

Porém, “tem que ser feita a desinfecção” para que a água possa ser consumida ou, por exemplo, usada na irrigação, garantindo a saúde da população. Águas subterrâneas também podem ser contaminadas quando a fossa não é bem impermeabilizada. “Se a água for utilizada na irrigação de hortaliças, de vegetais que se come cru, possivelmente vai conferir microorganismos patogênicos a esse alimento”, explica a sanitarista.

Mudanças também em Bombinhas

A Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) planeja a construção de uma nova estação de tratamento de esgoto em Bombinhas. Atualmente, só o centro da cidade, que representa cerca de 10% das residências, é atendido. Em outros bairros, as casas têm fossas sépticas.

Segundo o gerente da Casan no município, Márcio Matias da Silva, a construção em um novo lugar deve começar no segundo semestre de 2011. Com a mudança, o serviço chegará aos bairros de Bombas (o mais populoso), Zimbros e Canto Grande. Assim, o tratamento pode chegar a 70% das residências.

Algo não cheira bem

Em Itapema, a prefeitura terceirizou o serviço de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto. Desde julho de 2004, uma empresa concessionária atua no município.  Ela implantou o sistema de coleta e tratamento de esgotos a partir do zero. Segundo o site da empresa, “Itapema não tinha um metro sequer de redes coletoras de esgoto”.

Em fevereiro de 2007, a estação de tratamento de esgoto começou a funcionar. A rede de coleta está pronta no bairro Meia Praia desde o início de 2009 e atualmente se trabalha na implantação no Centro. Hoje a rede cobre mais de 50% da população, incluindo veranistas.

Mas análises de laboratório, feitas entre 2001 e 2010, apontaram que a estação de tratamento de esgoto poluía dois rios de Itapema. Então o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) pediu, em março de 2010, a suspensão de obras no município e a cobrança da tarifa de esgoto até que o problema fosse resolvido. A prefeitura também deve criar uma entidade independente para regular e fiscalizar o serviço de saneamento básico. Atualmente o governo municipal e a empresa concessionária se defendem das acusações na Justiça.

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